Uruguai deixa Copa com falta de identidade na era Alonso e provável despedida de ídolos
Mudanças constantes na equipe titular marcaram a passagem do treinador, que encerra contrato após a Copa; nomes como Godín, Suárez e Cavani não devem figurar no ciclo até 2026
A eliminação na Copa do Mundo praticamente encerra a curta passagem de Diego Alonso pelo comando do Uruguai. Com o contrato finalizado – era válido apenas até ao final do Mundial – o treinador não deve renovar e sai da Celeste sem implementar um método de trabalho próprio e, sobretudo, imprimir uma identidade à equipa pós-Óscar Tabárez.
Desde que assumiu a equipe, em janeiro deste ano, Alonso não conseguiu encontrar sinergia durante o processo de transição do elenco entre atletas em final de ciclo mundial, como Muslera, Godín, Cáceres, Cavani e Suárez, e os das novas gerações, como De Arrascaeta, Pellistri e Darwin Nuñez.
O primeiro, remanescente daquele time que chegou às semifinais em 2010, provavelmente não chegará à Copa de 2026 enquanto ainda estiver jogando pela Seleção.
As escolhas do técnico inevitavelmente refletiram em seu desempenho no Catar. O Uruguai encerrou a competição com apenas dois gols marcados, eliminação ainda na fase de grupos após 36 anos e muitas dúvidas para o próximo técnico comandar. Marcelo Bielsa, que já comandou Chile e Argentina, é o nome favorito para assumir o cargo.
Decisões táticas são algumas das posições de Diego Alonso criticadas pela imprensa e torcida uruguaia. Godín e Martín Cáceres, ambos com pouca sequência de jogos na temporada, foram escalados e escolhidos pelo técnico como titulares na estreia, contra a Coreia do Sul.
Antes, o zagueiro havia ficado ausente nos últimos compromissos com a seleção, por causa de uma lesão no joelho esquerdo; enquanto Cáceres ficou quatro meses, de maio a setembro, sem jogar até acertar com o Los Angeles Galaxy a disputa da MLS (Major League Soccer, liga de futebol dos Estados Unidos).
O fato é que, em 12 jogos, Alonso nunca repetiu a escalação. No período, utilizou 32 jogadores e teve cinco variações táticas em campo. Curiosamente, as melhores atuações foram nas Eliminatórias, quando as mudanças foram pontuais, e o time se organizou no 4-4-2 – exceto pela vitória por 2 a 0 sobre o Chile, em que o time jogou no 4-2 – 3 a 1, com apenas Cavani isolado no ataque. Somou quatro vitórias neste período e garantiu a classificação para a Copa do Mundo.
Mas então vieram os amistosos e Diego Alonso começou a rodar o time com o objetivo de testar as ideias que tinha em mente. Ele ainda escolheu três zagueiros (Godín, Giménez e Varela), cinco meio-campistas, três atacantes, e nomes como Cannobio, Gorriarán e Arambarri receberam oportunidades.
Nas cinco provas, conseguiu três vitórias (México, Panamá e Canadá), um empate (Estados Unidos) e uma derrota (Irã).
Após a eliminação na Copa, em entrevista coletiva, Diego Alonso respondeu às perguntas e disse ter feito um balanço do próprio trabalho para justificar as decisões que tomou durante o torneio:
– Fiz uma autocrítica em partidas anteriores quando disse que faltou jogo e mais possibilidades de conexão. No último jogo [contra Portugal], a equipa jogou bem na segunda parte e, hoje [contra Gana], a equipa foi o que tinha sido nas Eliminatórias, a jogar para a frente, corajosa, sem medo de perder a bola. Os zagueiros sem medo, o goleiro sem medo… a gente conseguiu.
– Talvez, eu gostaria que essa situação tivesse surgido antes, mas aconteceu como aconteceu. Não tenho o que criticar dos jogadores, que se esforçaram muito e entregaram tudo – analisou.
Diego Alonso se despede da Seleção com oito vitórias, dois empates e duas derrotas. Agora cabe ao Uruguai juntar as peças e construir uma nova cara para chegar à Copa do Mundo de 2026. Sem o treinador e sem muitos dos principais nomes que marcaram a história da seleção na última década.
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