Quando Fenerbahçe e Sevilla, lotados de brasileiros, fizeram um duelo memorável nas oitavas de final da Liga dos Campeões

março 24, 2023 Off Por admin

Na temporada 2007/08, Fenerbahçe e Sevilla venceram por 3 a 2 nas oitavas de final da Liga dos Campeões, mas os turcos mereceram a classificação nos pênaltis – com atuações de Volkan Demirel, Deivid e Alex

Fenerbahçe e Sevilla fazem um dos melhores confrontos dos oitavos de final desta Liga Europa – pelas personagens envolvidas, pelo equilíbrio entre as equipas, pela tradição dos clubes e, sobretudo, pelo historial entre eles. Afinal, há 15 anos os dois também se enfrentaram nas oitavas de final continentais. No caso, os campeões de 2007/08. Os andaluzes chegaram de peito cheio após a conquista do bicampeonato da Copa da UEFA e tentaram repetir o mesmo efeito na Liga dos Campeões. No entanto, os turcos também voaram baixo e venceram. Conquistaram os rankings e registaram uma campanha memorável além-fronteiras. Houve dois jogos em que ambas as equipas venceram por 3-2, mas o merecido desempate por grandes penalidades do Fener. Além disso, os dois times estavam cheios de velhos amigos do futebol brasileiro – assim como hoje.

O Sevilla era o favorito na época. Os andaluzes viveram períodos históricos. Depois de vencer a Copa da UEFA duas vezes em 2006 e 2007, o time voltou à Liga dos Campeões após 50 anos e fez sua estreia na fase de grupos. Logo com o pé na porta: os andaluzes lideravam o Grupo H, repleto de adversários tradicionais. A equipe somou 15 pontos em um grupo que também incluiu Arsenal, Slavia Praga e Steaua Bucareste. O destaque foi a vitória por 3 a 1 sobre os Gunners no Estádio Ramón Sánchez-Pizjuán na segunda mão. Foi um resultado que deu a liderança, com a única derrota sendo em Londres.

O Fenerbahce, por outro lado, estava mais acostumado com a Liga dos Campeões. As Canárias disputaram a fase de grupos pela quarta vez, a terceira em quatro temporadas consecutivas. Mais experientes, avançaram para a fase de mata-mata pela primeira vez na temporada 2007/08. O Grupo G foi ainda mais difícil. O Fener classificou-se abaixo do Inter, mas eliminou o PSV e o CSKA Moscow, que também foram os principais campeões continentais naqueles anos. O Estádio Sükrü Saraçoglu revelou-se um caldeirão muito poderoso para os Auriazuis: venceram três partidas em seus domínios, tendo direito a um voleio de Deivid na vitória de Alex por 1 a 0 sobre os Interistas. Não foi o Sevilla que se intimidou tanto.

Zico era o técnico do Fenerbahçe. A lenda brasileira assumiu as Ilhas Canárias após a Copa do Mundo de 2006 e deixou sua marca em sua primeira temporada ao vencer o Campeonato Turco. A seleção estava recheada com os melhores jogadores da seleção local, prontos para disputar a Euro 2008. Destaques foram o goleiro Volkan Demirel, o volante Selçuk Sahin, o meia Ugur Boral e o atacante Semih Sentürk. Outros naturalizados também ajudaram bastante, como Colin Kazim-Richards, Wederson e Mehmet Aurélio. Mas foi a Legião Estrangeira, sobretudo a brasileira, que marcou a força desta equipa do Fenera.

Alex já era um rei em Istambul nessa época. O craque estava em sua quarta temporada no clube e teve números irrisórios, sempre com dois dígitos em gols e assistências. A braçadeira de capitão era dele. O ataque ainda contou com Deivid, em uma das melhores fases da carreira, efetivando-se como homem de referência e até como ponta. Ninguém menos que Roberto Carlos ocupou a posição de lateral-esquerdo no final da carreira, mas foi muito respeitado na Liga dos Campeões. No meio da defesa, Edu Dracena tinha a equipe uruguaia de Diego Lugano, tão valorizada no Brasil. No final, a cereja do bolo para Matej foi Kezman número 9 com muitos chutes. Isso porque nomes como Claudio Maldonado e Stephen Appiah estão ausentes devido a lesão.

Não que o Sevilla esteja atrás em termos de talento. A equipa foi orientada por Manolo Jiménez, promovido a primeiro treinador depois de Juande Ramos, responsável pelo bicampeonato continental, ter ido ao Tottenham. A lista de talentos espanhóis da equipe era relativamente limitada, mas tinha algumas lendas locais. Andrés Palop era venerado em Nervión. Já o plantel contava com jovens promessas como Jesús Navas e Diego Capel. Em todo caso, esse grupo sevilhano era globalizado e, sobretudo, brasileiro. Eles eram igualmente numerosos na espinha dorsal dos rojiblancos.

Adriano e Daniel Alves apareceram nas laterais da equipe, importantes na fuga ofensiva. Renato era uma ótima opção de meio-campo, geralmente saindo do banco. Na frente, Luis Fabiano formou dupla formidável com Frédéric Kanouté, um dos maiores futebolistas espanhóis da época pela presença física e poder de fogo. Esse time ainda contava com Seydou Keita e Christian Poulsen como meio-campistas defensivos. Julien Escudé e Ivica Dragutinovic juntaram-se por trás. Sem falar em alternativas que podem sair do banco como Arouna Koné e Enzo Maresca.

O desafio do Sevilha não foi apenas a pressão no estádio Sükrü Saraçoglu durante a primeira mão. Um inverno intenso também afetou Istambul em fevereiro de 2008. Na capital da Turquia, foram registradas temperaturas congelantes e, na véspera da partida, havia 20 centímetros de neve no campo. Além disso, acostumado a enfrentar os rojiblancos na La Liga, Roberto Carlos atuou como informante na formação do Fener. Elementos do inferno prometidos aos andaluzes na Turquia.

O Fenerbahçe cumpriu a sua missão em casa. Não foi o time mais bem organizado, mas usou seu talento individual e venceu o Sevilla por 3 a 2. O primeiro gol saiu cedo, aos 16 minutos, após cruzamento de Ugur Boral após cabeceamento de Kezman. O empate do Sevilla veio aos 23 minutos, infelizmente para Edu Dracena, que desviou cruzamento de Daniel Alves para a própria rede. Apesar do impacto, o Fener continuou melhor no intervalo. O segundo golo foi evitado por Palop graças a grandes defesas de cabeça de Mehmet Aurélio e Edu Dracena. O próprio Dracena também seria crucial na defesa, ao se redimir com um bloqueio um a um contra Jesús Navas, que evitou o retorno.

O segundo tempo voltou com Volkan Demirel também testado no gol do Fenerbahçe. No entanto, as Canárias recuperaram a vantagem aos 12 minutos. Em escanteio executado com perfeição por Alex, Lugano bateu a cabeça. Simplesmente não poderia ser muito usado com um novo empate sevilhano. A fórmula funcionou do outro lado também, aos 21. No escanteio Poulsen errou, Escudé definiu em pequena área. Nesta altura, a situação manteve-se em aberto, com golos fora a favorecer mesmo os andaluzes na segunda mão. Para piorar, Roberto Carlos deixou o campo devido a um corte no rosto.

O gol da vitória do Fenerbahçe veio aos 42 do segundo tempo. E teve um suplente providencial, Semih Sentürk, que saiu bem do banco. A jogada teria novamente a assinatura de Alex passando pelo centro e vencendo o desafio antes de abrir o passe com um centroavante. Semih encarou a placa e passou de máscara. Não foi a bola mais difícil, mas Palop conduziu melhor e o remate rasteiro também acertou na baliza. O resultado tornou-se extremamente valioso para Fener antes da descida duas semanas depois.

O Fenerbahçe foi para a Espanha sem Roberto Carlos. Já o Sevilla deu um descanso aos seus jogadores no campeonato espanhol para buscar a Liga dos Campeões. Até o presidente José María del Nido convidou torcedores ao estádio Ramón Sánchez-Pizjuán para que os rojiblancos pudessem criar sua própria versão do “inferno” que visitam na Turquia. Em campo, mesmo sem jogar tão bem, os sevilhanos venceram por 3-2. O que não seria suficiente nas cobranças de pênaltis.

O Sevilla começou a partida com tudo. Volkan Demirel também começou muito mal. Os andaluzes marcaram os dois primeiros golos em menos de dez minutos, ambos com a ajuda do guarda-redes. A primeira veio após cobrança de falta de Daniel Alves, que Volkan cobrou com mão fraca.

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